sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Voo obliquo



Iníquo
Um voo obliquo.
Eu sei lá o que é injusto
Eu sei lá o que quero
Justo seria crescer e voar

Tu já me viste voar amor?
Eu sou tão feliz quando voo!
Quando o ar frio entra nos pulmões,
E sinto pura a alma!
Oh meu amor, havias de ver como sou tão feliz
Tu já me viste voar nos céus?

Eu quase perdi essa sensação desde que me tens enjaulada
Primeiro eram grades, grandes... e ao toque me queimavam.
Depois tinha a pata presa e o voo era curto…
eu às vezes agitava as asas e sorria
mas o voo era curto, cada vez que crescia o grilhão puxava
me derrubava, caía, sofria e chorava…

Eu já nem sei se estou presa
Eu sinto aqui os atilhos mas às vezes não tenho certeza…
E cada vez que vou, caio… até onde vai o enleio?!
 Não sei se tropecei ou se o grilhão é menos feio…

Eu já voei.
E tu também podes voar.
Eu respiro e tu podes respirar.

Mas, sabes
eu ainda voo em segredo, ainda que me possam amarrar...

Oh meu amor, se tu me visses a voar!


Lúcia

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