segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

AMO-TE aos pacotes



AMO-TE em tetra pack
É fácil embalar uma palavra com prazo de validade.
É fácil usá-la assim embalada.
Amo-te tipo fast food
Amo-te: consumir até…
Mas hoje apetece-te variar
Pegas noutra embalagem para encetar?
Amo-te mais light, saboroso, igual, mas dá a sensação que tem menos sal.
Amo-te que vai ao microondas, amo-te instantâneo, solúvel e fácil de consumir…
“Amo-te”, sim estou-te a ouvir… mas às vezes é tão pouco nutricional...
Tem conservantes, corantes e faz-me mal…
Já nem sei a que sabe um “amo” de verdade.
AMO-TE  - marca x e y e marca branca.
AMO-TE -  há tanta variedade nas prateleiras!
Há amo-te de todas as maneiras…
E eu já enjoei o “AMO-TE”  se queres que te seja franca!
Amo-te insípido… sem cozedura
Amo-te aos magotes para quem sofre de amargura
Há sempre a palavra Amo-te que agora vem em pacotes!
Vende-se em máquinas de rua,
Basta por uma pequena moedinha
Abrir bem a ranhura
Afastar a perninha...
ESTOU FARTA DESTE AMO-TE
QUE ME CAUSA COLESTEROL
FAZ-ME MAL AO CORAÇÃO
(eu queria era viver  a “gasól”!)

basta de amo-te
que me tentas impingir,
basta de tanto amo-te
que me desvitaliza e me põe a dormir.
Basta!
Não quero ouvir esse copy and paste …
SOU IMUNE A ESSE VIRUS!
Sou imune a esse sabor “insabor”...
Não quero viver a consumir esse pó viciante.
Não fui talhada para prostituta-acompanhante.
Não fui talhada para “a boa amante”!
Eu tenho alma, eu tenho ALMA!
Não consumo amo-te no pacote!
Não tenho “amo-tes” em stock…
Dispenso-os na minha despensa…
Eu tenho “amo-tes” genuínos em tons claros e panos finos
Cozinhados com esforço,
Que me saem do dorso.
Tenho “amo-tes” que não fazem ricochet
Tenho “amo-tes” que me saem da ALMA…
E podia dizer outros tantos se tivesse pura calma...
Mas largar estes “amos” faz-me quebrar
Faz-me chorar
Porque não saem do ventre saem de dentro…
E sangram-me a pele, rasgam-me a voz  e furam-me a palma.
LÚCIA  
 4-01-2015

Je suis Charlie.

Je suis charlie.
Je n'ai pas peur
Je sui charlie aussi
Je suis pour la liberté.

Je suis libre aussi,
Parce que je suis Charlie!

Je mette une fleur sur mon cheveu,
et je suis ecrit cette poeme.

Je suis libre pour dire, je suis libre pour rire…
Je ne suis pas Charlie, ce vrai!
Mais, comme Charlie je suis Libre, je peut dire, je peut rire!
Je n'ai pas de peur! Me fait pas peur!
J'ai mes idées, j’ai une coeur...
C’est vrai je ne suis pas Charlie
Mais, j'ai aussi liberté pour dire...
Mais, j'ai aussi liberté pour rire!

Il n'y a pas quelque force qui me peut faire souffrir.
Il n'y a pas personne qui me peut accabler
Il n'y a pas quelque force pour nous faire mourir...
Nous avons des ideés.
Nous sommes inconvénient...
Nous nous ne sommes pas bovins.

11-1-15

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

TERRA QUENTE



Terra quente
Corre-te um rio no ventre

Zonas húmidas abaixo de cada vertente
Este vale encaixado, terra boa!
Tem gente onde se atira a semente…

Vale húmido e quente
Ergue-te belo-subtil-singelo: corpo
Que promete quase erupção
Oh, estremece e emudece… não está morto late, bate o coração.
Oh, sozinho encaixado sossegado
Não és um vulcão ordinário, cone principal ou secundário
És só quente-quente és quase gente com e és ser vivo e inanimado
És ser vivo com coragem ergueste longo como numa viagem
Belo animal dorso vertebral movendo-se gigante em bela imagem
Sob o céu intempestivo
Investe teu corpo, ser vivo
Ergueste em montanhas
Desprendeste em miragem
E projetas-te no cosmos
Oh terra quente… estavas quase
Solta da terra ave planadora
Que voa, voa, voa…


Lúcia