quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Padrão 119



Padrão 119
Fizeste-me uma gaiola dourada
Fizeste-me uma jaula fechada

obstruí-me  com padrão 119
Vêem-se vultos desse lado
Vêem-se vultos desde aqui.
Marcaste-me deste esquerdo lado
Para que ficasse só para ti
Confundida com alinha da vida tenho:
 estigma-marca-cicatriz
padrão 119 flor de Liz

E tu ris!

Isso, opilas-me com P 119!
E tu, ris. Satirizas, ridicularizas, sim tu!
Pensas que eu não sei o sorriso que esboças neste momento?!
E eu beijo-te, agora mesmo nos teus lábios
Surpreendeste e repugnaste!
Mas eu não sinto raiva, nem ódio… só amor
Doce rio, calma, jardim em flor.
Doce leito, bom deleito.
Sorrio e se tiver dor
Morro. Morro triste meu amor.
Morro como morre qualquer flor.
Imortaliza esse ténue ser
Padrão 119
Até quebrar sem apodrecer
Estigma-marca-cicatriz,
padrão 119 flor de Liz


LC



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Na tua forma de sempre, Hás-de ser sempre igual, na mesma.



Na tua forma de sempre,
Hás-de ser sempre igual, na mesma.
Na tua forma de sempre,
Coerente, nesse não querer,
Não me importa, nesse “ah! Estão verdes”,
Nesse desdenhar do que não consegues.
Sorris com desdém, não precisas de mais ninguém se não de ti mesmo.
Vais cheio de ti, vais bem, arrogante, não precisas de ninguém.
És outro a partir do momento da contrariedade.
Vais, cheio de ti e da tua vaidade.
És outro ao partir,
a partir de uma pequena contrariedade.

Não sabes meu bom e doce amigo,
Que a vida não é só bom sabor?!
Vive meu bom amor,
A doçura de entender e ser entendido.
Vive meu bom amor,
O oscilar do nosso abrigo.
Valente serias se levasses o que vale a pena.
Valente serias se carregasses contigo o trabalho elaborado para a procura da harmonia.
Valente serias se fosses persistente e interessado, sem manobras esquivas.
Valente serias se tivesses alma e ainda assim fosses feliz.
Valente serias… mas se calhar não queres ser.
Vai como entenderes pela vida, tem o que quiseres ter.

Lúcia Pereira da Cunha