quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Tenham uma centelha de Juizo: são só SMS senhor!



Era uma vez…
Não, vou começar de outra forma e dizer: "o que eu acho é"… como se ter uma opinião significasse coisa alguma! Contudo, já vi formarem-se teses, com enorme consistência e substância, através dos boatos e fofoquices!
Portanto, o poder de emitir uma opinião é tão intenso e significativo como um arroto, quanto maior ênfase se puser no som maior o seu impacto: uns enjoam-se, outros vomitam, outros enjoam-se e vomitam, outros reclamam, e outros enjoam reclamam e vomitam… e as combinações são todas as possíveis e os casos quase independentes – coisas da estatística que eu já não tenho bem presentes!
Mas, voltando ao inicio, de onde não saímos – porque parece que andamos em círculos e isto está a por o leitor doente, e não vale a pena porque eu tenho, no humilde parecer, uma coisa extraordinária para dizer.
O que eu acho é que eles tinham um caso. Ora bem, um caso não, um casinho, um flirt… uma coisita daquelas que todos os homens casados têm com as rapariguinhas bonitas e simpáticas no facebook… estão a ver não estão? Aquelas coisas do “oi”… isto agora das tecnologias é fantástico, cobrem de ilusões qualquer vida xoxa de qualquer ser adulto. Adulto, não adultero! Ainda não cheguei a esses! Elas e eles estão ali disponíveis em catálogo e depois… enquanto se está alí… nos lugares mais inesperados, inusitados – no sofá enquanto a esposa prepara o jantar, à espera daquela reunião, à espera que passem os gambozinos aos saltos… à espera que a fisiologia do seu âmago mais interior se resolva… sim, também tenho essa impressão que a conversinha da treta substitui o bom e velho jornal ou a revistinha que tão fulcral uso tinha no WC.
Ora, nada de dispersar e sejamos concisos! Eu sei que pelo caminho há tanta coisa engraçada para ver… mas vá lá, tenta que este texto seja bem conseguido! Tem que ser uma excelente eructação, não pode ser uma flatulência insonora e inodora das que  disciplinaste o corpo a produzir!
Então era isso, eles eram amiguinhos e trocaram uns galhardetes, fizeram-se promessas… Mas era tudo na brincar! Eu não percebo porque os do outro lado estão tão preocupados, era só conversa de face! Olha que é preciso ser cusco! Agora metem o PR ao barulho, não há uma centelha de bom senso nesta história das mensagens na caixa, na caixa de mensagens do face!
Ele disse:
- querido, sabes como gosto de ti? Fazes-me tão bem!
E o outro respondeu, quase por obrigação… não é bem obrigação, mas às vezes sentimo-nos como que envolvidos num enredo e declinamos…
- Eu também gosto de ti. Fica tranquilo.
- Mas tu podias-me dar um estatuto… um estatuto especial… entendes – aquilo no messenger às vezes é difícil escrever assim com correctores automáticos a dizer como devemos escrever, e depois entre papel higiénico e dedos gordos… eh pá lá vai uma mensagem sem nexo nenhum… às vezes é por causa do papel outras por falta do higiénico mental… outras sei lá, sabem o que vos digo? Não levem tanto a peito isso do face e das mensagens se a coisa for só virtual não é para ter em conta. Vá-se lá saber o que o se queria escrever?! Podia ser estatuto, prostituto, ai seu bruto… é por-lhe imaginação à coisa e dar asa ao devaneio!
E depois, há a questão da pontuação… às vezes as mensagens são “apuntuais” e a entoação da coisa fica-nos só na intenção e na alma. Imaginem no outro dia um amigo escreveu:
“queres ir para a cama” eh pá isto sem pontuação fica estranho, principalmente porque eram dois gajos e um deles nem era gay, e eram só amigos do mesmo partido… mas reparem a mensagem resultou de um acumular de gafes: 1) falta de pontuação; 2) pressuposto do corrector automático que o tipo queria escrever cama em vez de câmara – o corrector pressupõe que queremos escrever a palavra que usamos com maior frequência, portanto era uma palavra frequente mas não naquela circunstância. Além disso, o dedo gordo fez enter/enviar antes do resto da mensagem:
“Queres ir para a câmara,
 amanhã de boleia comigo?”
Por amor ao bom senso, tenham uma centelha de juízo numa caixa de centenas de disparates! 

Lúcia Pereira da Cunha

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