Vou rezar baixinho e tecer o teu linho

Vou rezar baixinho e tecer o teu linho

Até ao momento do grande advento

Vou rezar baixinho com muita paciência

Até ao momento que mude essa tendência

Nem sempre dura o bem nem sempre há mal sem…

Vou rezar-te baixinho

Meu bom amiguinho

Vou rezar-te baixinho

Uma lengalenga

Nem sempre é tempo de cerejas

nem sempre é o mesmo a andar na “berlinda”,

 nem sempre serás o que quer que sejas...

Lúcia Cunha

Quero-me erguer

Quero-me erguer

Ainda que tenha que doer

Quero-me erguer

Ajusta a cadeira põe-te em posição de partida

Dá o sinal

Faz a ida.

Quando a vida é para a frente é para a frente e não há saída!

Vai!

Ajeita a cadeira sacode a cabeleira e sai

Não há outra saída se não seguir em frente, liberta a tua vida

Segue firmemente

Concisa comedida

Decidida e coerente

Mas segue, segue, que só se consegue em frente.

Deixa! Eu deixo o luto

Luta! Eu luto e contrario o desleixo!

Lava a cara arranja a alma penteia as ideias.

Manda beijos

Sorri

E não penses em coisas feias.

Amo-te.

Toma-me nos braços até que o dia emudeça e a manhã anoiteça.

Toma-me nos braços até que o dia emudeça e a manhã anoiteça.

Pego-te nos braços sou tua independentemente do que aconteça

Não te abatas nas rugas

Tu duras, duras…

São vincadas e puras.

Vigorosas e maduras

Deixa-te vir

Deixa-te surgir nos meus sonhos

Imortal

Dorso de animal enjaulado

Vislumbrarei sempre em ti

Um vigor, robusto –forte

Meu amor

Este amor que vence a morte

Amor da minha vida…

Deixa-te ficar

Na minha floreira

Alegra a minha vida

Há outras flores por aí

Sem a tua nobreza de maneira.

Meu grande amor, procurei-te a vida inteira.

Amor profundo e carnal

Diferente de outro maior não igual.

Para além desse só hás tu na minha vida.

Parceiro, lado a lado um amor

Total sou feliz floreira florida.

Põe rosas no meu vaso Senhor.

Lúcia Pereira da Cunha