Sacode e segue
Eu queria sacudir as palavras
As meias coisas as (entre)lameladas…
Ainda te lembras do que dizíamos?
Ainda te lembras das nossas madrugadas
Sempre achei que olhar para trás era errado:
Buraco feito, buraco tapado, assunto arrumado.
Mas, não… há coisas que se enterram e nascem
E há coisas que ficam sempre no sitio que estão
Como aquelas que temos no coração.
E depois há o "perdoar".
E depois há o "perdoar".
Perdoar, diz que é dar.
Eu dei sempre, e dei antes
Mas eu não entendo esse perdão que não doí
Eu não odeio, não sinto raiva… mas sinto dor
Explica-me, como se perdoa?
Diz que perdoar é ficar leve
É dar e ninguém nos deve?
Como se perdoa o carrasco que te bate e te mata todos os
dias
Como uma trama em constante repetição?
Eu não guardo rancor… quero-te longe à distância do
esquecimento.
Mas tu regressas sempre com o mesmo acometimento…
Não te quero mal, não te procuro… só não apreço o que advém:
sofrimento.
Eu não entendo, há outra forma de perdão?
Será que então não é precípuo evitar o que me é pernicioso?
Só me salvo pelo egresso, não é meu esse direito e é forçoso!?
Eu não entendo o que é perdão
Se mais pode ser, senão
Mais que esquecer?
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