Era tão bom vivermos no sossego
Pastando no prado como o gado
Deitar ociosamente num sítio soalheiro
Deixa-me em paz no meu pranto sossegado
Eu fui ter contigo? Eu procurei-te?
Estou vazia… descarregada de vómito
Bochechei a alma enxaguei a boca e levantei a cabeça
Volvamos, volvamos à labuta
É só mais um dia de vida e apenas um de felicidade
Ai esse pecado da vaidade… o que nos faz tão infelizes
Volvamos. Volvamos volvidos do mesmo sito
De volta ao sítio que ocupamos
Este espaço que ocupo me pertence: meu corpo meu âmago
Tu és uno, inteiro só e resplandecente.
Brilha, Deus fez-te para brilhar.
Brilha, a Mãe pariu-te para incandescente
Brilha, surgiste para ser!
Sê!
Volvamos à mercê do trilho trilhado
Do mundo traçado povoado… o destino!?
O destino é coisa de decisão,
O destino é coisa tua e do teu coração
O destino ainda não está todo destinado.
Acaso... se o soubesses, que vinhas fazer aqui?
Foste tu que te acanhaste,
foste tu que te agachaste porque era mais seguro esconder
E achas que o carrasco não te mata só por o temer?
Lúcia Cunha
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