segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Panta Rhei



Meu amor, Panta Rhei
Tudo passa…
Beija, abraça,
Meu amor, tudo passa:
O prazer, a dor
A alegria, o terror…
Tudo passa, tudo flui meu amor:
Panta Rhei!

Não tenho certezas, nem de mim sei!
Panta Rhei, meu amor.
Una, íntegra, permanecerei
Na verdade constante
Que serei inconstante.
Meu bom amo, senhor e amante… Panta Rhei
Serei sempre fiel ao princípio que criei
Evoluir no mesmo fim
Aquele que sempre amei trazer para mim
E deixar de ser
O que ser não sei.

Panta Rhei, só serei
Constante noutra verdade condicionante
Não magoar o semelhante, o rio, o mar e todo o cosmos distante…
E a ti minha doce e pequena flor, ainda que Panta Rhei
Seja como for, a ti, sempre amarei.
E a ti minha singela, forte e bela flor, lembra-te que Panta Rhei,
Deixa-te elevar pelo saber das coisas,
Deixa-te atualizar pelo fluir do mundo
Mas, não te deixes dominar pelo movimento, mantém íntegro o valor,
Mantém integro uno e puro no mandamento do amor,
Mantém-te firme e constante no movimento transportante.
Mas Panta Rhei nada possuis, nada se detém
Flui e agarra-te bem
Flui sem te deixares cair e com a certeza porém
Nada se tem, nada nos detém se na realidade queremos mesmo ir.
Vive desprendida mas sem medo da partida
Vive comedida com alegria desmedida
Sempre que te permita a vida.

E quando eu partir
Deixa-te parir a dor,
Mas continua a viver
Com essa certeza constante que tudo é próximo ou distante
Dependendo da necessidade e com ela consonante.
E depois, meu amor
Lembra-te sempre que te amei.
Panta Rhei.



Lúcia Da Cunha





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