terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Arrancada da dor



Sabes,
Homem
Tenho o dom de ver mesmo sem olhos
Sabes, Homem
Tenho o dom de saber mesmo sem ler
Sabes Homem
vi-te e sei-te
perdoo-te… e tenho-te tolerado.
Mas já chega.
Vou-me
Vou para outro lado.
Vou só
E vou comigo, só comigo.
Nem amante, nem amigo…
Nem pai nem irmão
Melhor só que ter-te cravado meu espinho no coração.
Quando esse cravo dói
Só sinto do espinho a dor
E esqueço ou devo esquecer, amor,
O cheiro doce que tinha essa flor.
Ansiada
 Rosa
De vida feliz desejosa, parto
Passo a vida a parir
E passo a vida a partir
E dói arrancar da terra o amor
E dói sentir e sentir e sentir... essa dor.
 Lúcia da Cunha


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