terça-feira, 5 de abril de 2016

Meu jovem Príncipe



Meu jovem Príncipe,
Com lábios cor escarlate
Vê meus olhos cor de mate
Onde a alegria é ténue e a tristeza se esbate
Vê meu amor, hodierno,
Como me transformou o inverno…
Sou fraga, fria, suave e alva
Com uma estranha calma,
Que quase a mim surpreende,
Emergida do duro inferno,
recolhida no meu alpendre, sorriso de quem aprende...
Vê os olhos de quem amou e não se arrepende.
Vê os olhos de quem chorou e agora suspira.
Oh meu jovem Príncipe cor de lábios-sabor-de-mel,
Ainda sorris e terno sorrir, ainda és suave e alvo.
Haverás ser mordido pelo ácido e acre fel, cor-de-lira
Som de Sibila e cor coral
Haverás sofrer ó doce, o doce ensinamento do mal.
Vem, meu jovem Príncipe, deitar-te sobre o leito de uma mãe…

Decifra-me tu em Vites que eu te prevejo em Bits
Se te contar que são mais sete para além das três dezenas
Eu acho que ainda quebrantas e... vais-te.


Lúcia Cunha

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