terça-feira, 4 de julho de 2017

De onde te vêm as ideias?



Meu amor, escrevo-te desde mim
Para que recebas algo puro e bom
Ao menos isto que seja genuíno
Já que vislumbro inferno maior no porvir

Já falei disto antes
Mas não deixemos as coisas em mãos errantes
Eu quero lá saber de quem rouba ideias
Eu tenho uma caixinha sem fundo das coisas infinitas do mundo…
Vou fazer por não sentir as coisas feias

Hoje sonhei com um lago
E como gosto de água me aventurei
E tu sabes que nadar não sei…
Não tenho asas nem barbatanas
Eu não ligo a essas coisas mundanas
o corpo… é coisa que sem alma é aborto
Não voo, não nado, não canto e danço torto
Como me lembrei que não sabia nadar e as aguas eram quase profundas
Gritei das gargantas mudas … chamei por alguém
Não sei quem… mas alguém que seria costumaz chamar
E como ninguém vi chegar, em vez de estremunhar nas águas imundas,
Lembrei de continuar da maneira que sei e o que me apraz...

Então, não me afoguei e chegada à margem
 lá chegou alguém
Que mostrava como havia ali desvantagem
Perigo também… serpentes venenosas, perniciosas...
 que afinal 
não faziam mal
 a ninguém!

A serpente estava morta e de corpo cindido.

Por isso meu amor, nada mais te importa para além do que te digo:
Tens uma caixinha sem fundo
com as coisas infinitas do mundo
De onde podes tirar tudo
Basta pores vontade
E fazeres do medo mudo.

A Lúcia

Sem comentários:

Enviar um comentário