terça-feira, 22 de junho de 2021

é tudo =

 

Enquanto ao longe vejo fardos empilhados

Como se a natureza se encarregasse de pixelizar a paisagem

Há ovelhas plantadas no restolho

Como rochas arredondadas à semelhança das nuvens no céu

 

O mundo parou (decidi eu)

Neste momento em que fixo o tempo por dentro

 

é tudo igual em versões diferentes do mesmo bem e do mesmo mal

 

Ainda não está tudo visto

Até que tu te digas para ir

e então me preparo e me visto

pronta para continuar

o motor do carro fala e lá fora tudo tem o seu lugar

mas o mundo parou (decidi eu)

 

o mundo para até eu decidi que volto

não há outro poder que queira

se não o da autodeterminação

 

é tudo igual em versões diferentes do mesmo bem do mal e das gentes

e do que é mundano e do que é humano

tem cheiro doce a paz e a guerra

é tudo igual é tudo a mesma Terra

 

só se pode andar se não se for árvore

 

e somos arvores que voam

metamorfose constante

é tudo igual em versões e tamanhos semelhantes

são as gentes, são os montes e os amantes

 

e cada solidão única

é tão vulgar em qualquer um

potencial proto artista na sua dor

na alegria e na cor.


a Lúcia

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