quinta-feira, 28 de novembro de 2019

vai longa a noite

vai longa a noite
e se eu pudesse dizer a essa nesga verde
de gente que ainda conserva algo de terno e puro
se eu pudesse abanar esses juncos moldáveis
tenros e inquebráveis

se soubessem esses mancebos
que vão ociosamente para o matadouro
e rebeldemente em manda se afastam do âmago de si mesmos...

sentir que os abraça a putrefacção
como mácula asquerosa

sai de mim em desespero
um quebrar gutural
como se de vós
sai-se um anjo para salvar a voz
de algum mal

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