Estou certa que hoje é um grande dia
Só não sei que dia é
A partir de hoje será um dia melhor
Estou certa que sim
Só não sei o que será para mim
Se te chamar amor
Fico especada a pensar
E quando penso paro
E percebo que não devo parar
Respiro num respirar profundo e penso que devia ser como vim
ao mundo
Para o raio o que se esteja a pensar
Bato de novo no teclado novo
E digo a cada pancada
Uma batida – nesta batida reforçada
do órgão da minha aflição
meu doente coração.
Agarra dentro de ti as pétalas das tuas papoilas
Mulher,
Que és se não mulher?
Assume-te inteira e reforçada
Na tua tez enrugada
Como até fica a rocha sob a geada
Assume-te em corpo nú cabelos esbranquiçadas
Seios doces e aveludados
Braços esguios levantados
Assume os campos despovoados
Assume todos os atos falhados
E respira
Pausada a cada pausa
Segue
Sem ser cega
Não te cegue
Na ceifada
A cor da dor da madrugada
A solidão te faça una
A solidão não te faça só
Cheguei em cada palavra
Para pintar as paredes do teu quarto
E tu pinta-me papoilas um dia
Para que possa ter na tua alegria
Pinto-te doces palavras e fortes para que acredites que não
estás só
A cada um que chegue e vai
Que vá mais forte
Menos vencido.
A Lúcia
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