quinta-feira, 19 de novembro de 2015

E Sol… pereceu!



Meu amor,
Deixa contar-te uma história
“Era uma vez um Sol.
E o Sol morreu.”
Meu amor deixa contar-te um segredo
Que é meu, mas passa também a ser teu:
“O sol brilha mas vai morrer,
O Sol ilumina mas pode escurecer
O sol é grande mas cai ao entardecer,
Meu amor o Sol também vai morrer.”
Oh, tanta azafama tanta dor…
Oh, tanto praguejar tanto fulgor…
E eu plácida mantenho-me num torpor.
E vejo, numa dimensão paralela, o tempo a passar.
Meu amor, pára, para respirar.
Não vês meu amor
Que o tempo é volátil
Que a vida está andar
O pensamento parece vento
E a dor quase a passar
Meu amor,
Respira. Dá-te um momento numa brecha numa nesga de tempo,
 Noutro espaço sem movimento.

Meu amor,
Com todo o sol dentro de ti
Meu amor
Com toda a luz que vem de dentro
Meu amor, para
Nem que seja uma fração de tempo…
E depois… ó e depois,
Faz-te com esse movimento, envolta de luz
Faz-te dona do mundo
Que é de quem nele nasceu
Faz-te dona do que é teu
Responsável pelo ar respirável
Responsável pelo teu fragmento de céu
Faz-te dona do mundo
Empunha a enxada
Põe-te à estrada
Reconstrói!
Faz-te de luz
Junta-te à luz e ilumina o Céu
Porque,
Meu amor,
Vou contar-te este segredo que é teu
Não existe medo
E Sol… pereceu!

Lúcia Cunha
(em prol da esperança)

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