Fujo desse horizonte
Todos os dias
Sei que se o tocar a mão foge-me para lá e some-se me a alma
Não me confio ao destino
Nem me submeto à catarse
Ah não meço forças com impossível
Não me aventuro em horizontes celestes
ponto de não-retorno
retomo os passos seguros
retomo o folego nos pulmões
e dou passadas secas
nos passos que a vida me deixa
persistente na minha deixa
às vezes é a nossa vez de encaixar
onde há espaço
onde alguém não quer onde alguém deixa
para quem sempre está
e fica onde é preciso
e depois…
depois do folego embalo e apanho no voo
a onda da ocasião
reposta a força approfitta a onda do vento
toma para ti a força do momento
Não me aproximo de horizontes de evento
Onde se some o espaço-tempo
Não me aproximo onde me leva o pasmo-pânico
Onde paralisa a respiração
Para lá da revelação
É bem intrigante a mundana vida
E cada pétala da sua indignação.
Ah renego as desculpas
Afasto-me dessa força absorsora
A parábola do limiar, a negação,
A hélice negra do nada celestial.
A Lúcia
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