Onde está a montanha e os seus rochedos
Quando vierem as águias e os medos
E os ratinhos amedrontados
Morrem os cisnes afogados
E os demais bichos e animais emplumados
Ah esse subtil desdém prenho de vaidade
A quantos versos estou das trompetes
A quantos aís estou do suspiro final
Em quantos bater de asas morrem as borboletas
Ainda me falta a primavera
E esperas pela manhã para ser
Quantas horas ainda demoras
Para sentires o que podes ter
Mergulho
No silêncio de uma tarde
Emersa
A água abafa o ruído
E por uma vez
Tudo poderia deixar de ser
Mergulho a alma na volúpia dos nossos corpos
Por um tempo indeterminado paro,
E fluo no interior do novelo quente de prazer
Dentro de mim
Há um universo
E eu não sou capaz de lhe dar lugar cá fora
Preciso da pastora de astros
Que me ensine a transumar a minha alma
Dentro de mim ainda há um mar que não mostrei
Há ainda tanto que tenho a aprender…
E quanto poderia valer ao mundo todo o mar que escondemos em
nós?
E o esquadrão das águias vai cobrir os céus,
E cuspir fogo - sem que os bichos tenham intensão.
E eu, não fiz nada, e tinha um rio dentro de mim.
A Lúcia
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