domingo, 31 de julho de 2022

à espera de ser I

 

Onde está a montanha e os seus rochedos

Quando vierem as águias e os medos

E os ratinhos amedrontados

Morrem os cisnes afogados

E os demais bichos e animais emplumados

Ah esse subtil desdém prenho de vaidade

 

A quantos versos estou das trompetes

A quantos aís estou do suspiro final

Em quantos bater de asas morrem as borboletas

 

Ainda me falta a primavera

 

E esperas pela manhã para ser

 

Quantas horas ainda demoras

Para sentires o que podes ter

 

Mergulho

No silêncio de uma tarde

Emersa

A água abafa o ruído

E por uma vez

Tudo poderia deixar de ser

Mergulho a alma na volúpia dos nossos corpos

Por um tempo indeterminado paro,

E fluo no interior do novelo quente de prazer

Dentro de mim

Há um universo

E eu não sou capaz de lhe dar lugar cá fora

Preciso da pastora de astros

Que me ensine a transumar a minha alma

Dentro de mim ainda há um mar que não mostrei

Há ainda tanto que tenho a aprender…

 

E quanto poderia valer ao mundo todo o mar que escondemos em nós?

E o esquadrão das águias vai cobrir os céus,

E cuspir fogo - sem que os bichos tenham intensão.

E eu, não fiz nada, e tinha um rio dentro de mim.


A Lúcia

 

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