quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Passas pela vida em estado vegetativo



Ó meu amor o teu alpendre parece não dar flor
Pensaste que isto era uma estufa
os tapetes e os brocados retirados
E temos culturas  hidropónicas e frutados

Em vez de olhos agora tens nabos
E passas a vida em estado vegetativo
É tudo tão estupidamente aborrecido
E quase voltas à lactância da primeira rima

Fazer rimar as cores
Com os amores.
Contorceste na cadeira com dores.
E o que te dói a garganta!
Dizes que é falta de calor, tens frio... mais uma manta...
Deixa-te sair de uma vez desse torpor, já ninguém aguenta.

Nem sempre o jardim é horto,
Nem sempre o cisne é porco.

Deixa que te levem de mim,
Deixa-te respirar porque sim.

E entra em mim agora,
Como se te apossasses do que em mim há mais... de quente...
Em mim... sente.

Sente de novo no meu ventre,
A palavra verbo,
Que é o teu paraíso, ou nosso inferno.

E quem?
Quem? Tu!
A ti beijo com cada palavra
Um beijo eterno
Infinito que perdura nos sonhos e na vida
Toda a força que eu já senti no vento
E o vento chama-me e desperta-me
Arranca-me do musgo que me convida a hibernar
E eu convido-te a amar.

É tão bom sentir-te perto
Meu anjo quase anjo, incompleto.

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