Apetece-me sorver algo fácil.
Algo leve de respirar. Algo do tipo prazeroso-aprazível .
Como um chá quente-morno-doce.
Agradável, em suma.
Quero escolher palavras almofada,
frases sumaúma em texto lençol de seda-algodão. Ah!...Assim uma coisa meio doce,
meio suave, meio morna, envolvente como um cobertor de bebé. Como os teus
caracóis meu amor e o teu abraço doce flor. E para concluir esta
explicação-descrição ficava bem um sticker feliz… ainda há-de tornar-se figura
de estilo escrever prosa e poesia com smiles
J.
Andaram os antepassados a evoluir dos hieróglifos para o alfabeto árabe… e
agora eis que descobrimos que não há forma mais genuína para expressar com
autenticidade emoções sentimentos e ideais que pintar como nas cavernas nas
avenidas murais! E afinal não há nada mais autêntico que gritarmos como
animais.
Mas retomemos a minha almofada: este
objecto doce que ofereço, este abraço, este regaço o meu peito… serei um lugar
doce?
Sob um ar sereno um vale ameno
ardem rochas apagadas. Às vezes não há chamas não há labaredas, mas há enredas
tramas e enredos. Há histórias passadas há medos…
“Quem escreve poesia diz algo que
na verdade não diz por que no fundo não quer dizer coisa nenhuma!” não foram
bem estas palavras que usou o meu “ex-mestre” e”ex-deus” e quase homem. Não sei
se quem escreve com metáforas se esconde nas comparações ou se hiperboliza os
dramas. No meu caso as palavras saem-me da alma pelos dedos assim. É como se o
meu espírito fizesse amor com o meu corpo e exulto num orgasmo de palavras. Não
acontece sempre por sinal, só com o que amo, e nesse caso acontece todos os
dias que… escrevo sobre aquilo em que acredito. É tão bom brincar com as
palavras… subtilmente beijo as ideias e quase toco a verdade mas tão suavemente
que nem é quase carícia… e é tudo tão genuíno e livre e puro e inteiro e
íntegro!
Não, um amor assim não é coisa
leviana! Não é fingido, não é teatral…
sai assim e pronto! Este meu amor pelas palavras que dizem as coisas em que amo
as coisas em que acredito…
Mas respira, descansa sobre o meu
regaço, sente paz. Tu mereces salvar-te da salvação tu mereces perdoar-te no
teu perdão. Que mais me faria mais feliz que deixar-te descansar sobre o meu
regaço?! Aqui encontras paz, encontras luz.
Uma alcofa de sedas e algodão
quase quente morna, doce aroma que a perfumara, um canto que te apraz, um canto
para te dar paz.
Retira as botas caminheiro.
Retira dos bolsos as medalhas os valores o dinheiro… fica leve de tuas culpas,
pede desculpas, lava-te de mau carma, suporta a consequência dos teus atos
sofre e lava-te. Chora, chora tudo. Chora com a dor na laringe a magoar a
garganta a secar as entranhas! Bebe, purifica-te, lava-te e leva-te até onde
queres ir. Mas vai! Vai, depressa ou devagar mais próximo ou afastado, o que
importa é que estás a ir para esse lado nesse sentido e estás já na boa
direcção.
Vai.
“Na guerra como no amor para
chegarmos ao objectivo o importante é aproximarmo-nos.”Bonaparte
1-11-2014
01:14
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