domingo, 9 de novembro de 2014

Apetece-me sorver algo fácil. Algo leve de respirar. Algo do tipo prazeroso-aprazível .
Como um chá quente-morno-doce. Agradável, em suma.
Quero escolher palavras almofada, frases sumaúma em texto lençol de seda-algodão. Ah!...Assim uma coisa meio doce, meio suave, meio morna, envolvente como um cobertor de bebé. Como os teus caracóis meu amor e o teu abraço doce flor. E para concluir esta explicação-descrição ficava bem um sticker feliz… ainda há-de tornar-se figura de estilo escrever prosa e poesia com smiles J. Andaram os antepassados a evoluir dos hieróglifos para o alfabeto árabe… e agora eis que descobrimos que não há forma mais genuína para expressar com autenticidade emoções sentimentos e ideais que pintar como nas cavernas nas avenidas murais! E afinal não há nada mais autêntico que gritarmos como animais.

Mas retomemos a minha almofada: este objecto doce que ofereço, este abraço, este regaço o meu peito… serei um lugar doce?
Sob um ar sereno um vale ameno ardem rochas apagadas. Às vezes não há chamas não há labaredas, mas há enredas tramas e enredos. Há histórias passadas há medos…
“Quem escreve poesia diz algo que na verdade não diz por que no fundo não quer dizer coisa nenhuma!” não foram bem estas palavras que usou o meu “ex-mestre” e”ex-deus” e quase homem. Não sei se quem escreve com metáforas se esconde nas comparações ou se hiperboliza os dramas. No meu caso as palavras saem-me da alma pelos dedos assim. É como se o meu espírito fizesse amor com o meu corpo e exulto num orgasmo de palavras. Não acontece sempre por sinal, só com o que amo, e nesse caso acontece todos os dias que… escrevo sobre aquilo em que acredito. É tão bom brincar com as palavras… subtilmente beijo as ideias e quase toco a verdade mas tão suavemente que nem é quase carícia… e é tudo tão genuíno e livre e puro e inteiro e íntegro!
Não, um amor assim não é coisa leviana!  Não é fingido, não é teatral… sai assim e pronto! Este meu amor pelas palavras que dizem as coisas em que amo as coisas em que acredito…
Mas respira, descansa sobre o meu regaço, sente paz. Tu mereces salvar-te da salvação tu mereces perdoar-te no teu perdão. Que mais me faria mais feliz que deixar-te descansar sobre o meu regaço?! Aqui encontras paz, encontras luz.
Uma alcofa de sedas e algodão quase quente morna, doce aroma que a perfumara, um canto que te apraz, um canto para te dar paz.
Retira as botas caminheiro. Retira dos bolsos as medalhas os valores o dinheiro… fica leve de tuas culpas, pede desculpas, lava-te de mau carma, suporta a consequência dos teus atos sofre e lava-te. Chora, chora tudo. Chora com a dor na laringe a magoar a garganta a secar as entranhas! Bebe, purifica-te, lava-te e leva-te até onde queres ir. Mas vai! Vai, depressa ou devagar mais próximo ou afastado, o que importa é que estás a ir para esse lado nesse sentido e estás já na boa direcção.
Vai.
“Na guerra como no amor para chegarmos ao objectivo o importante é aproximarmo-nos.”Bonaparte
1-11-2014

01:14

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