Perdeste os dias na espera
Como se a paciência fosse virtude
Perdeste os dias na obediência de bom soldado
Convencido que a coragem dos bravos se mede pela retidão
Certo que a retidão é um sentido único e numa só direção
Bebeste os dogmas em vez de beber da água das minhas
palavras
Ó soldado corpo
Ó soldado carne
Ó solado gado
Despojaste-te de ti à merce de uma cantiga
Que te trazia tranquilidade e segurança
São tão previsíveis e confortáveis as paredes regras.
Aprendeste a recusar beber a liberdade do doce mamilo intempestivo
da paz
Porque trazia cheiros diversos, cores de todas a notas
Numa idiossincrasia…
E é tão longe o infinito
E difícil decifrar teias ardilosas da vida
a mutabilidade do diverso, da evolução
Entrar nas entranhas da mudança
E encarar-se nas entranhas em mudança
Ah essa revolução de dentro contida
Com espasmos involuntários
Dolorosa precipitação de prazer,
Ah o vazio a desorientação.
Como é difícil seres parido de novo todos os dias
Dentro e fora da gruta húmida e deleitosa
Ah a solidão!
A Lúcia