a noite fartou-se de mim e mandou-me deitar
vejo-te longe
numa nesga de ecrã e pareces pequeno, mais que o habitual
e eu sei-te grande
ou sinto-te?
a intensidade do ruído a pressão metálica e barulhenta das coisas faz fracos os homens bons
precisamos estar juntos
e seremos fortes como os juncos
meu amado irmão
sejamos humildes
escrevemos a minúsculas grandes palavras pequenas limpas como beijos na testa
a noite fartou-se de mim e mandou-me deitar
e até os cães estranharam a minha presença
e a noite cansada dorme
vejo-te pequeno nas palavras bonitas que dizes
como se não fizesse mal ser pequeno nem fizesse falta dizer grande coisa
e imagino como seria deitar-me a teu lado
na pequenez bonita dos dias grandes
nas vidas curtas
e
já não preciso de te ver grande apenas assim
tu, sendo tu, eu igual a mim
irmão amado
"Aqui onde os sonhos me confundem e me agarram à vida: sinto-me segura e não me sinto perdida. Este meu alpendre de jardim onde brinco à vida e a vida é real… será certamente um raio de Sol um bom sinal?! (...) Neste alpendre de jardim quero ser a garça, não me faças cair em desgraça… nunca serei coelho ou pato… qualquer falcão que me ataque, mais tarde ou mais cedo eu abato."
quinta-feira, 16 de janeiro de 2020
quinta-feira, 2 de janeiro de 2020
O nascer do Sol
Nada vai ocorrer se ficar presa na areia sem me mexer.
As músicas do Azambujo dizem coisas de mim, porque são musicas que dizem coisas de toda gente. De momento servem para reafirmar a minha vontade de não ficar presa na areia e caminhar, finalmente, na jovialidade dos dias loiros, grisalhos ou verdes. Posso voltar a usar as palavras como quiser, sem medo e elevá-las leves, sem queixume, sem medo...
A Luísa diz que "Todo o poeta ou escritor/Todo o actor ou escultor/Sonha um dia amar assim/Sonha ter alguém para si". E eu volto ao princípio e aos meus princípios sem ser um regresso a qualquer ponto, mas antes a lembrança dos meus próprios enunciados: "sempre fiz tudo por amor". Não posso continuar esta estrada se não voltar a pôr amor na bagagem, untar com ele as botas de caminhada, proteger a pele com ele,pô-lo nas mãos, na enxada...
Amanhã, vou de novo olhar de frente para o caminho, fazer o que tiver que fazer, não fazer nada por fazer e recordar que é por amor.
Quando as folhas caírem eu ainda estarei lá e que seja o amor que me ajude a persistir de pé, em pé e a pé.
As músicas do Azambujo dizem coisas de mim, porque são musicas que dizem coisas de toda gente. De momento servem para reafirmar a minha vontade de não ficar presa na areia e caminhar, finalmente, na jovialidade dos dias loiros, grisalhos ou verdes. Posso voltar a usar as palavras como quiser, sem medo e elevá-las leves, sem queixume, sem medo...
A Luísa diz que "Todo o poeta ou escritor/Todo o actor ou escultor/Sonha um dia amar assim/Sonha ter alguém para si". E eu volto ao princípio e aos meus princípios sem ser um regresso a qualquer ponto, mas antes a lembrança dos meus próprios enunciados: "sempre fiz tudo por amor". Não posso continuar esta estrada se não voltar a pôr amor na bagagem, untar com ele as botas de caminhada, proteger a pele com ele,pô-lo nas mãos, na enxada...
Amanhã, vou de novo olhar de frente para o caminho, fazer o que tiver que fazer, não fazer nada por fazer e recordar que é por amor.
Quando as folhas caírem eu ainda estarei lá e que seja o amor que me ajude a persistir de pé, em pé e a pé.
Lúcia Cunha
Subscrever:
Mensagens (Atom)