Estou farta de gente gorda de gravata verde às riscas
Estou farta de gente farta, é gente que me enche
Estou farta de gente bacoca, não me preenche
Estou farta, fartinha!
De gente gorda oxalá tenha tinha.
Estou farta de gente oca
Estou farta de desmiolados
Que falam, falam, falam…
Só ouço as banhas sebosas
E as bochechas melosas
Distraio-me com a gravata
E com o som, monocórdico e ruidoso.
E é tão tenebroso o discurso empolgado
De um gordo nabo.
Ai céus! Como estou farta da flor mal cheirosa
Que se fosse de ouro não se chamava rosa.
Apetece-me gritar-lhes: Gordos! Feios! Burros!
Mas tenho receio
De que pelo meio insulte os incautos,
Em vez dos outros que são realmente os brutos.
Burros-gordos-obsoletos.
Cebolosos-Ceboletos…
Tenho que inovar o vocabulário ,
Não há superlativo absoluto sintético de muito salafrário!
Lúcia