Meu amor não deixes de sonhar
comigo
Finge que sou cor
E tinge-me, meu amor
E atinge o meu calor.
Meu amor deixa-me ser musa,
Deixa-me ser harpa e som.
E ser o tom e o dom, da tonalidade que se usa
Para pintar a doçura que se entrevê no decote da minha
blusa.
Vem beber mestre, nos lábios da musa,
Dócil e agreste, submissa e que te recusa.
Sonha comigo amor!
Também é bom ser o teu sonho,
O que não se toca, o que não se tem.
Preciso partir para me quereres
Preciso subir ao meu recanto celestial
Reenquadrar-me na minha perspetiva do ideal.
Na projeção do meu real,
No âmago, essência essencial do meu ser.
Preciso tocar de novo a minha pedra filosofal.
Desprender-me das amarras
E voar, escalar com as doces garras
A métrica do irreal.
Sombras, secas e surdas
Sobem sobre as pálpebras mudas
O cansaço consome, absorve sob penas duras.
Vou dormir e descansar e fugir,
Para um lugar de onde penso partir.
Há de nascer a fonte,
Verdejar o monte,
Há de sorrir a gueixa,
Há de desaparecer a queixa,
Hás de sonhar comigo de novo…
Meu amor, meu triste, pacato e
contido…
…Povo.
Lúcia
03-06-2013
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