Ó meu amor o teu alpendre
parece não dar flor
Pensaste que isto era uma
estufa
os tapetes e os brocados
retirados
E temos culturas hidropónicas e frutados
Em vez de olhos agora
tens nabos
E passas a vida em estado
vegetativo
É tudo tão estupidamente
aborrecido
E quase voltas à lactância
da primeira rima
Fazer rimar as cores
Com os amores.
Contorceste na cadeira com
dores.
E o que te dói a garganta!
Dizes que é falta de
calor, tens frio... mais uma manta...
Deixa-te sair de uma vez
desse torpor, já ninguém aguenta.
Nem sempre o jardim é
horto,
Nem sempre o cisne é
porco.
Deixa que te levem de mim,
Deixa-te respirar porque
sim.
E entra em mim agora,
Como se te apossasses do que
em mim há mais... de quente...
Em mim... sente.
Sente de novo no meu
ventre,
A palavra verbo,
Que é o teu paraíso, ou
nosso inferno.
E quem?
Quem? Tu!
A ti beijo com cada
palavra
Um beijo eterno
Infinito que perdura nos
sonhos e na vida
Toda a força que eu já
senti no vento
E o vento chama-me e
desperta-me
Arranca-me do musgo que
me convida a hibernar
E eu convido-te a amar.
É tão bom sentir-te perto
Meu anjo quase anjo,
incompleto.
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