Andorinha,
Meu pai, andou triste uma andorinha nos beirais.
Viste-a meu pai?
Viste a andorinha que fez ninho na minha janela?
Porque não me amas?
Porque não me amas enquanto é tempo,
Enquanto as folhas são viçosas e não voltam a cair…
Sabes onde vai o meu pensamento meu pai?
Vai no tempo que já perdi
E tu entretanto me perdeste a mim
Sabes como choram as meninas,
Pretas como as penas das andorinhas?
Ó meu pai, estás tão longe, à distancia do infinito.
Recordaste quando me sentei ao teu lado e te disse: “eu estou
aqui”.
E eu estava, e eu estou.
Eu sei como choram as meninas, pretas tranças de andorinhas…
E por isso choro eu também por ti
Minha flor das manhãs
Com tranças negras e rosas nas faces maçãs
Todas sonham com borboletas as pequeninas
E olham felizes as andorinhas
e…
esperam ser para sempre as suas meninas…
Lúcia
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