Era uma vez…
Não, vou começar de outra forma e
dizer: "o que eu acho é"… como se ter uma opinião significasse coisa alguma! Contudo, já vi formarem-se teses, com enorme consistência e substância, através dos boatos e fofoquices!
Portanto, o poder de emitir uma
opinião é tão intenso e significativo como um arroto, quanto maior ênfase se
puser no som maior o seu impacto: uns enjoam-se, outros vomitam, outros
enjoam-se e vomitam, outros reclamam, e outros enjoam reclamam e vomitam… e as
combinações são todas as possíveis e os casos quase independentes – coisas da estatística que eu já não tenho bem presentes!
Mas, voltando ao inicio, de onde
não saímos – porque parece que andamos em círculos e isto está a por o leitor
doente, e não vale a pena porque eu tenho, no humilde parecer, uma coisa extraordinária para dizer.
O que eu acho é que eles tinham
um caso. Ora bem, um caso não, um casinho, um flirt… uma coisita daquelas que
todos os homens casados têm com as rapariguinhas bonitas e simpáticas no
facebook… estão a ver não estão? Aquelas coisas do “oi”… isto agora das
tecnologias é fantástico, cobrem de ilusões qualquer vida xoxa de qualquer ser
adulto. Adulto, não adultero! Ainda não cheguei a esses! Elas e eles estão ali disponíveis em catálogo e depois… enquanto se está alí… nos lugares mais
inesperados, inusitados – no sofá enquanto a esposa prepara o jantar, à
espera daquela reunião, à espera que passem os gambozinos aos saltos… à espera
que a fisiologia do seu âmago mais interior se resolva… sim, também tenho essa
impressão que a conversinha da treta substitui o bom e velho jornal ou a
revistinha que tão fulcral uso tinha no WC.
Ora, nada de dispersar e sejamos concisos! Eu sei que pelo caminho há tanta coisa engraçada para ver… mas vá lá,
tenta que este texto seja bem conseguido! Tem que ser uma excelente eructação,
não pode ser uma flatulência insonora e inodora das que disciplinaste o corpo a produzir!
Então era isso, eles eram amiguinhos
e trocaram uns galhardetes, fizeram-se promessas… Mas era tudo na brincar! Eu
não percebo porque os do outro lado estão tão preocupados, era só conversa de
face! Olha que é preciso ser cusco! Agora metem o PR ao barulho, não há uma
centelha de bom senso nesta história das mensagens na caixa, na caixa de
mensagens do face!
Ele disse:
- querido, sabes como gosto de
ti? Fazes-me tão bem!
E o outro respondeu, quase por
obrigação… não é bem obrigação, mas às vezes sentimo-nos como que envolvidos
num enredo e declinamos…
- Eu também gosto de ti. Fica tranquilo.
- Mas tu podias-me dar um
estatuto… um estatuto especial… entendes – aquilo no messenger às vezes é difícil escrever assim com correctores automáticos a dizer como devemos
escrever, e depois entre papel higiénico e dedos gordos… eh pá lá vai uma
mensagem sem nexo nenhum… às vezes é por causa do papel outras por falta do
higiénico mental… outras sei lá, sabem o que vos digo? Não levem tanto a peito
isso do face e das mensagens se a coisa for só virtual não é para ter em conta.
Vá-se lá saber o que o se queria escrever?! Podia ser estatuto, prostituto, ai
seu bruto… é por-lhe imaginação à coisa e dar asa ao devaneio!
E depois, há a questão da
pontuação… às vezes as mensagens são “apuntuais” e a entoação da coisa fica-nos
só na intenção e na alma. Imaginem no outro dia um amigo escreveu:
“queres ir para a cama” eh pá
isto sem pontuação fica estranho, principalmente porque eram dois gajos e um
deles nem era gay, e eram só amigos do mesmo partido… mas reparem a mensagem
resultou de um acumular de gafes: 1) falta de pontuação; 2) pressuposto do
corrector automático que o tipo queria escrever cama em vez de câmara – o corrector
pressupõe que queremos escrever a palavra que usamos com maior frequência,
portanto era uma palavra frequente mas não naquela circunstância. Além disso, o
dedo gordo fez enter/enviar antes do resto da mensagem:
“Queres ir para a câmara,
amanhã de boleia comigo?”
Por amor ao bom senso, tenham uma centelha de juízo numa caixa de centenas de disparates!
Lúcia Pereira da Cunha
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