Há uma dor
Um desconforto
Uma desobediência física geral
Ou um corpo à espera de uma vontade
Uma vontade maior
Uma vontade de vontade verdadeira
Uma vontade com um motivo que tenha razão
Não um “pode ser que”
Mas uma certeza absoluta de qua a ação vai ter um resultado
concreto
Estou farta de bracejar e nada
Estou farta de ser tudo e invisível
Eu quero um fim e uma meta
Uma meta concreta de nos levar a um pódio merecido
Já não me basta andar de jogo em jogo vencido
Eu agora só quero a taça
Faça o que faça
Já não à farsa, nada é de graça
Eu agora quero o pão
Que manja a boca e a razão
Eu agora quero o auge e a satisfação
Acabaram-se os fretes e as palavras ao vento
Prontas a serem papadas nos cataventos
Eu agora… doí-me a barriga e tenho fome
Já não há ação por ação
É revolução e tem nome
Não me importa a cotação
Na a exequibilidade da substituição
Eu agora tenho fome
Preciso de água e pão
Que me manja a boca e me pede a razão
Já não há borlas das ditas
Se em mim ficam a mim dão prazer
Não há folhas soltas
Nem amoras voluptuosas para ler
Assim, só por que sim e pode ser.
Eu, agora, tenho fome
De boas palavras para ler
Já não há ação por ação
Se é, revolução
É o nome para ser.
Tão bonito o texto... Parabéns
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