Foi-se ao longe uma vontade que já esteve dentro de mim
E de todas as pulsões falta-me aquela que preciso para o fim
E não é que me falte a vontade ou o querer
Mas faltam-me as forças para o fazer
Tolhem-se-me os membros sem mal aparente
Para onde se foi tudo de repente
É um desencanto profundo
Sôfrego sentir do medo abafado noutro mundo
Como se o medo fosse pecado
Quando não é mais que um pragmático aviso
Do valor do juízo
De longo caminhar resultado
Consequência, resultado
Ah! já não basta caminhar sobre aviso
Como ainda ter de camuflar
O que não é se não produto natural da situação
E se um dia me deixasse cair?
Até voltar de novo a primavera ou o verão…
E deixar-me rebentar naturalmente depois de um repouso no
chão?
A quem importa uma paragem hoje ou depois então?
Só me afaga o consolo da minha completa solidão.
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