E eu, por instante desejo
desejar suster um instante
sob uma árvore de copa grande, frondosa
encostar no ombro de um amante
e olhar até onde já nada me fosse distante
paisagem deslumbrante deliciosa
mas mantenho-me serena e inquietante
sem carecer de ombro nem amante
urdindo na mente o passo
latente no coração batendo no raciocínio
beijando na intenção padecendo com a terra o silencioso morticínio
ergue-se um amanhecer de vontade
e o crepúsculo, é porém um renascer novo
espreguiça-se ociosa a borboleta
que é condor afinal
voa de largas asas a vontade imortal.
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