E… em todos os Invernos é assim:
a chuva é fria, as noites
claras e anoitece de dia.
E, em todos os Invernos o silêncio é frio e tu te esqueces
de mim.
Quebrei as asas meu amor
Quebrei as asas meu anjo doce
E estou cansada das suplicas senhor da luz…
Trevas.
O gelo corta-me as pernas e dilacera as carnes
Como navalhas frias as gotas cravam o rosto e as mãos.
Foi-se o amanhecer e o Sol.
Ó santa, ó senhora da luz
Dai-me olhos para ver e coração para crescer.
E, todos os Invernos são assim: escuridão e frio.
E todos os Invernos são assim: solidão e silêncio e vazio…
Será que avisto a estrela do pastor?
Será que tenho ainda uma vela de cera amarelecida
Uma candeia velha e óleo e torcida?
Segura-me essa chama pequena e amarela, pequenininha, bela.
Vamos embora daqui meu amor
Vamos partir antes que chegue a neve
Vamos partir em breve
Vamos meu amor pequenino
Vamos para onde eu ainda possa viver
Vamos onde as forças não me falhem.
Vamos onde nos valem .
Lúcia Cunha
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