terça-feira, 2 de maio de 2017

A serra chama e suspira



Quando o corpo doí e se sente ainda a alma  a agitar...
Sinto o peso das pálpebras, a boca seca e a alma a gritar.

Meu amor, nosso prazer é pintado de amarelo e rosa como as serras.
E meu corpo enrola-se no leito de maneira ociosa,
lembrando a forma maravilhosa como dobram os arados torrões das terras.

E a serra chama-me
 meu corpo ergue-se e espreguiça-se como as montanhas
meus seios nus quais caos graníticos deixo livres para ti
E a serra chama-me
Num chamamento tépido, ébrio… deleitoso.
E a serra suspira e o vale humedecido...
E a terra floresce e o grito… emudecido.

Lúcia

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