Uma Pergola. Gosto de visualizar essa imagem: uma Pergola junto ao mar. E é desde essa Pergola que atiro uma
espécie de mensagem em garrafa de vidro.
Encerrada dentro das amarras que me
atei. Quiçá seja fácil sair desta solidão, basta atirar esta garrafa ao chão,
ou fazer quebrar as paredes que me prendem. Para já em silêncio atiro esta
garrafa com mensagem de livro dentro e espero dissipar o sôfrego sentimento.
Sabes amigo, meu bom amigo, não
consigo ser de outra forma se não ser honesta, com todos, contigo e comigo. Porque hei de viver de
janelas fechadas, entre cidades muradas escondida atrás das cortinas e das
fachadas?
Se não te tenho a ti, há de haver quem procurar ainda que noutras mordas e no imenso cosmos há de haver agora ou depois um amor que se concretize um amor que se eternize, um amor: nós os dois.
Se não te tenho a ti, há de haver quem procurar ainda que noutras mordas e no imenso cosmos há de haver agora ou depois um amor que se concretize um amor que se eternize, um amor: nós os dois.
Enclausurada num esquema, num
labirinto sou um peão defeituoso que não assenta bem no chão. Estou destinada
apenas a este movimento neste tabuleiro onde assento, mas quem me diz que não
posso ser talvez uma peça de colecção, ou num jogo de faz-de-conta cavalo, bispo
ou até um vulcão?
Não consigo deixar de ser da
forma única que sei ser. Nem fazer-de-conta que estou bem, fazer-de-conta que não está
aborrecer... É-me impossível fingir que não gosto do que amo e que não sou o que
tenho que ser.
(…) continua.
Lúcia
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